114 Anos da visitação de Deus que mudou a história da Igreja
- CASA DE ORAÇÃO LIBERDADE RIO
- 14 de out. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 29 de abr. de 2020

“Todas as forças do inferno estavam combinadas contra nós no princípio. Nem tudo era bênção. Na realidade, a luta foi tremenda. Satanás procurava espíritos imperfeitos, como sempre, para destruir o trabalho se possível. Mas o fogo não podia ser apagado. Irmãos fortes haviam se reunido com a ajuda do Senhor. Aos poucos, levantou-se uma onda de vitória. Mas tudo isso veio de um pequeno começo, uma pequenina chama.” - Frank Bartleman (Abril de 1906, Los Angeles – Califórnia.)
Há 113 anos, o avivamento da Rua Azusa, na cidade de Los Angeles – EUA, começava a marcar profundamente a história do cristianismo. Atualmente, cerca de 700, dos 800 milhões de protestantes no mundo foram influenciados pelo movimento pentecostal iniciado nessa missão.
A “pequenina chama”, ou o catalisador usado por Deus nesse grande mover no século XX, foi William J. Seymour. Nascido na cidade de Centerville, no estado de Louisiana, em 2 de maio de 1870. Filho do casal de escravos recém libertos Simon e Phyllis Seymour, William nasceu em um contexto de segregação racial e violência contra negros. A Ku Klux Klan, por exemplo, agia com violência livremente por anos. O jovem Seymour seguiu os passos dos pais e trabalhou na lavoura, e, sem educação básica, se alfabetizou sozinho, principalmente por intermédio da leitura bíblica.
Seymour encontrou sua verdadeira identidade em Jesus Cristo quando era ainda muito novo, e acreditava que o Senhor era o único que poderia salvar o ser humano. Ele foi um jovem muito espiritual, sedento pelas verdades da Palavra de Deus. As pessoas diziam que ele tinha visões do Senhor e que, ainda muito cedo em sua vida, ansiava pelo retorno de Cristo.
Mais tarde mudou-se para Cincinnati, no estado de Ohio. Foi nessa cidade que ele se sentiu chamado ao ministério; contudo, relutava consigo mesmo e estava receoso em atender. No meio de sua luta interior contraiu uma varíola (que naquele tempo era fatal). Após 3 semanas lutando contra a doença, William sobreviveu, mas perdeu a visão do olho esquerdo e contraiu profundas cicatrizes no rosto em decorrência da enfermidade. Seymour encarou a doença como consequência de não ter atendido prontamente o chamado ao ministério, então após sobreviver submeteu-se imediatamente aos planos do Senhor. Foi ordenado pela igreja Evening Light Saints e logo começou a viajar como evangelista itinerante, levantando seu próprio sustento financeiro. Ele confiava que, se Deus o havia chamado, supriria todas as suas necessidades.
Em 1906 William Seymour se matriculou na escola integral do evangelista Charles Parham. Parham foi um grande influenciador de Seymour no que diz respeito ao Pentecoste, e, partir de seus ensinos ele desenvolveu sua própria teologia à respeito do tema. Meses depois se mudou para Los Angeles, onde passou a se reunir com alguns irmãos na Rua Bonnie Brae e liderar as reuniões de oração. Quando Seymour iniciou essas reuniões, encontrou um ambiente de fome e desejo entre os irmãos da Bonnie Brae. Uma pequena chama de avivamento parecia já estar acesa sobre toda Los Angeles e muitos grupos de cristãos estavam buscando ao Senhor com um coração sincero. Um peso de expectativa tomava conta da cidade.
No dia 9 de abril, William visitou um homem chamado Sr. Lee, impôs as suas mãos sobre ele, e tão logo Seymour começou a orar, o fogo de Deus desceu sobre aquele irmão e ele começou a falar em línguas em alta voz! A primeira manifestação do poder de Deus em Los Angeles finalmente irrompe diante dos olhos de William Seymour! Os dois se alegraram muito e foram juntos para a reunião da noite na Rua Bonnie Brae. E Roberts Liardon nos ajuda a contar os relatos:
“Quando chegaram todos os cômodos estavam lotados de pessoas. Muitos já estavam orando. Seymour assumiu a direção da reunião, liderou o grupo em cânticos, testemunhos e mais orações. Depois contou ao grupo o que havia acontecido com o Sr. Lee. Assim que terminou, o próprio Sr. Lee levantou as mãos e começou a falar em línguas. Todo o grupo caiu de joelhos louvando ao Senhor e pedindo o batismo com o Espírito. Em seguida, umas seis ou sete pessoas ergueram a voz e começaram a falar em línguas. Jennie Evan Moore, que mais tarde seria a esposa de Seymour, caiu de joelhos ao lado do banquinho do piano, como uma das primeiras a falar em línguas.” (Caçadores de Deus p.120)
Outras reuniões como essa ocorreram na pequena casa da rua Bonnie Brae, terminando altas horas da madrugada e cheias da presença do Senhor e pessoas de todo canto da cidade vinham para ver a novidade e receber o batismo com o Espírito Santo! Certa reunião a casa estava tão cheia que a varanda na parte da frente cedeu! Os famintos não paravam de chegar, e William percebeu que era hora de procurar um novo lugar para que eles se reunissem.
Foi então que um prédio abandonado, que já fora serralheria, estábulo para cavalos e igreja metodista, entrou em cena. Contando com grande generosidade por parte dos irmãos que desejavam ver a obra prosseguir, William J. Seymour, transformou um antigo estábulo de cavalos, localizado na Rua Azusa 312 (região industrial da cidade), em um centro internacional de avivamento!
Para descrever como eram as reuniões em Azusa, recorro mais uma vez à excepcional descrição de Liardon: “Às vezes os cultos duravam por umas dez ou doze horas, ininterruptamente. Alguns duravam dias e noites! Muitos diziam que a congregação nunca se cansava, pois eram fortalecidos pelo Espírito Santo. E não era raro ver alguns dos participantes, depois das reuniões, reunidos em alguma rua nas primeiras horas da manhã, debaixo da luz de algum poste, falando sobre as coisas de Deus.”
Muitas curas e salvação ocorreram naqueles dias, e por muitas vezes era possível ver pessoas prostradas dezenas de metros antes de chegar ao local da reunião, porque sentiam a presença de Deus pairando sobre o lugar! Frank Bartleman, um dos intercessores do avivamento, dizia frequentemente naqueles dias que seria “melhor viver 6 meses nessa época, do que 50 anos em qualquer outro tempo”. Como foi incrível o que o Senhor fez na cidade de Los Angeles!
Em uma determinada ocasião, durante um dos cultos, um número grande de bombeiros entrou correndo ali na missão, carregando enormes mangueiras para apagar um suposto incêndio no local, mas não acharam nada! Os vizinhos haviam visto um enorme clarão que os fez pensar que o prédio da missão estivesse sendo engolido por chamas e, por isso, chamaram o corpo de bombeiros. Na verdade, o que eles viram foi a manifestação da glória de Deus!
O mover durou até 1915, aproximadamente e se espalhou por muitos outros lugares. Os milhares de visitantes, os jornais religiosos e seculares da época, além dos muitos missionários que foram enviados pela missão, alastraram o fogo do avivamento quase no mundo inteiro.
Algum tempo mais tarde, William Seymour profetizou sobre um novo derramar de Deus que viria sobre a igreja em aproximadamente 100 anos. Acreditamos na veracidade do relato, mas evidentemente tal profecia ainda não se cumpriu. Não houve nas últimas décadas algo parecido com Azusa. Seria na nossa geração?
Agora mesmo, o Senhor parece estar aumentado as expectativas no Brasil tal como fez em Los Angeles, e eu acredito que estamos às portas de um novo avivamento espiritual. Que olhar para o passado encha o seu coração de esperanças para nossa nação! Que o relato de que Deus usa homens simples como William Seymour, faça com que você se coloque à disposição Dele! E que ao fim dessa breve leitura você se junte a mim na oração: “Senhor, faz mais uma vez! Faz mais uma vez!”
Querido irmão, qual foi a última vez que os bombeiros entraram correndo pelas portas da sua igreja?
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